Archive for março, 2019


EvsD

Aqui seguirá um manual curto para descobrir se você estar, ou não, sendo descaradamente um Idiota Útil. O termo “Idiota útil” se aplica a todos que se engajam politicamente sem usar critérios analíticos, assim seguindo cegamente uma crença ou ideologia que o(a) conduza para uma satisfação, a realização duma utopia dum mundo melhor. É alguém que se acha muito inteligente, mas, mesmo sendo-o, é tão facilmente manipulado(a) e persuadido(a) pela bajulação de pessoas no poder, que está preparado(a) a servir os seus fins e permitir-se ser manipulado(a) e mesmo enganado(a), como se estivessem sob o assim chamado Efeito Dunning-Kruger (mais conhecido como superioridade ilusória é o fenômeno pelo qual indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam saber mais que outros mais bem preparados, fazendo com que tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos; é a sua incompetência que os restringe da habilidade de reconhecer os próprios erros). Neste sentido, o termo não se restringe a uma posição política, pois pode ser aplicado a qualquer ideologia e crença. Já tratei em posts antigos sobre a condição da ação Bloqueio+Exclusão, se tem uma ação que comprobatóriamente possa creditar ao sujeito o caráter de idiota útil é a ação de bloqueio mais exclusão. Eu diria que essa atividade faz parte da essência de um idiota útil. Mas como descobri se você é um? Vamos por partes.

Bloqueio(omnisciência)+Exclusão(omnipôtencia):

A ação Bloqueio+Exclusão é o movimento que BATIZA um idiota útil. Podendo ser de qualquer ideologia. A sensação de Bloqueio+Exclusão trás uma tentativa utópica de que no Seu mundo (mesmo que num ambiente virtual) você pode SER Deus. Em sua omnipôtencia esses acreditam que podem construir um mundo melhor contendo apenas as pessoas que JULGAM ser toleráveis sua existência. Ou, melhor dizendo, que tem permissão para continuar existindo.
Alguns abraçam a desculpa de que “…não estou matando ninguém, apenas filtrando meu circulo social na rede”. Mas é claro, graças aos deuses que você não tem o poder de filtrar o seu circulo TOTAL de convívio social.

Como descobrir que sou um idiota útil:

Descobrir que se é um idiota útil é muito fácil. Eu já fui um e o processo de deixar de ser é muito fácil, basta ter vontade e virtude. Uma docente, que por sinal gosto muito dela, quase me transformou num idiota útil. Para minha sorte era curioso e resolvi pesquisar por uns instantes um determinado assunto a fundo. Questionada ela apelou para frases prontas e – como de costume – acusou um determinado sujeito de algo. Virei o notebook para ela e pedi para me mostrar o que ela tinha acabado de acusá-lo. Ela disse que eu procura-se e que era melhor mudar de assunto. Perceba que não há limites culturais para ser um idiota útil. Eu diria, até, que hoje, com a influência da world wide web, passou a existir um tipo de “Vontade de Poder” de ser um idiota útil. Baseado na auto negação de um erro em algum momento da vida. Quando o sujeito lutou por/falou algo que mesmo descobrindo que estava errado, precisou manter sua convicção sobre o tema para não aceitar ou declarar que estava errado.

Teste se você é um idiota útil:

Nas ultimas eleições (2018) o que marcou a divisão ideológica e marcou o inicio dos “divórcios familiares” foi atrelado a acusação de: “Como você pode votar num cara que esta ganhando popularidade com fakenews?! Ele está pagando para compartilhar mentiras!“.
Neste exemplo, que segue, teremos um teste para confrontar as pessoas que acreditaram fielmente nesta tese, assim como teremos um teste para abalar as estruturas de quem acredita que o governo atual esta esbanjando exemplo de boa governança. Os testes apresentados serve para quem acredita ser uma pessoa centrada possa vir a descobrir se é um idiota útil. Se se indignar, recusar, não se der por convencido, tentar fechar os olhos para o que está vendo, tentar tapar os ouvidos para o que está ouvindo, ou seja, ele estará tentando continuar sendo um idiota útil (bom teste):

TESTE PARA PESSOAS DE ESQUERDA:

TESTE PARA PESSOAS DE DIREITA:

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Se quisermos levar a coisa a sério mesmo, não podemos dizer que – “NÃO TEM NADA A VER COM VÍDEO GAME” – nada a ver já é de mais.
A evidência é tão clara que assim que a notícia saiu, lembro que a primeira coisa que pensei foi – “Engraçado que aconteceu no mesmo ano do BUM do free fire”.

Como 1+1 é igual a 2 isso vai se confirmar posteriormente, ou seja “os pontos de associações realmente não existem por acaso”. Ainda assim o Real Problema está nos Fatores da equação “influencia X isolamento + convívio/afeto = comportamento social”, onde o fator “influência” aqui corresponde ao game. Dizer que uma dupla que entra numa escola para matar portando um caderno com “DICAS para estratégias free fire, como fazer um exercito mediano vencer rápido sem dar chance de reação ao inimigo”, não sofreu o fator Influência do game É MUITA INOCÊNCIA.

Há problemas sim em dizer que “A CULPA É DOS GAMES”, (isolando-os), como disse a culpa é composta de uma série de fatores. Existem casos e casos. Mas para explicar que o game tem sua parcela de culpa (no teor influência) é fácil e vai parecer que estou falando com crianças, mas é apenas lógica:

1- O que pretende alguém que faz uma conta no youtube? Ele deseja postar vídeos na plataforma que oferece facilidade para tal e deseja ser visto por um maior número de pessoas.

Seguindo esse raciocino:

2- Quem utiliza o tinder, está em busca de quê?

3- Quem visita sites de vídeos on-line de animes, está em busca de quê?

4- Quem vai até a cracolândia está procurando o quê?

A resposta, tanto para 1 como para, 2, 3, 4, poderia ser a seguinte:

1- apenas para comentar no vídeo de um ídolo;
2- Está procurando a conta do namorado, pois descobriu que mesmo namorando ainda está utilizando o app;
3- Ver o que são esses desenhos que o filho anda assistindo falando uma linga estranha;
4- Buscar um parente para tentar resgatar do lugar.

Mas uma vez remeto – o problema é o Conjunto de Fatores. Eles que determinam, somados a índole o uso a ser feito do algo que se tem acesso. Porém o que não vai mudar em caráter nenhum é o compreendimento da funcionalidade. O propósito, ou o conhecimento adquirido (o mesmo que se pretende passar) através da utilização do meio, qual é adquirido com sucesso. Podemos utilizar o youtube para ver vídeos, o tinder para conhecer pessoas, site de animes para assistir desenhos, e a cracolândia para conseguir drogas. Esses conhecimentos são irreversíveis. E será o outro conjunto de fatores que ira determinar a índole do comportamental.

Não é surpresa para ninguém que existem dois grupos potenciais consumidores de Pintball: Militares e Gamers de jogos com a temática de armas de fogo. Negar que o propósito do pintball é externa – por em prática – já não é inocência, é demência mesmo. Isso nunca será suficiente para doar à tais atividades o fator exclusivo de culpa. O problema do CONJUNTO DE FATORES, também, é quando alguém TENTA ANULAR POR GENERALIZAÇÃO APRESSADA UM DOS FATORES utilizando geralmente o argumento “tu quoque Reverso”. A pessoa se auto compara e infere:

1- Eu jogo;
2- Eu não matei ninguém;
3- Logo quem joga não mata.
tu quoque oculto – claro que você diria isso, você joga.

A falta de cuidado unida a possibilidade de liberdade expressiva nas redes sociais transformam medíocres discente em vergonhosos expositores de opinião. Por exemplo, algumas pessoas estão dizendo/compartilhando que “A SOCIEDADE GAMER É CONTRA ‘TODOS’ OS TIPOS DE VIOLÊNCIA” – Isso é de uma mentira e ignorância RADICAL!

Existe uma coisa chamada “Violência Visual” e a maioria dos games desde a década de 80 lucram bastante com isso. Mortal Kombat tem sua fama circunscrita na semelhança com a realidade somadas aos litros de representação de jorros de sangue. Assim como podemos ligar o consumo à representatividade baseando-se (sem excluir outros fatores) como se comportam crianças que jogam games de luta “E” não sabem perder. Não precisaria de uma pesquisa muito longa numa plataforma de vídeos públicos para descobrir que a ação, buída de inconformidade, É SEMPRE VIOLENTA. Isso ocorre pelo simples fato de “atração comportamental por atratividade”. Em meados de 2014 relatei em “dependência tecnologica tratada com terapia cognitiva e medicação” como um conjunto de fatores podem vir a ser tão letais. A Violência Visual é muito atrativa, acredito que devido a violência ser um teor inseparável da história humana. Ouso dizer que a violência divide parcela da construção social e, sendo assim, o cerne de “Humanidade” divide seu fundamento com a mesma.

Não é muito difícil de ver alguém dizendo que é contra violência inferindo que determinada personalidade midiática deveria “Ir tomar no…” por uma questão de divergência ideológica. Ou seja – É contra DETERMINADO tipo de violência, mas apressadamente, para se auto declarar um “Arauto Samaritano”, diz que é contra todos os tipos.

Não podemos esquecer que muito possivelmente um dos inocentes alunos do massacre de Suzano poderia ser, também, um jogador de free fire. Mais uma vez o TEOR FATORES volta a contar muito a respeito da situação. Existem jovens inteligentes em várias situações na sociedade. No caso destes adolescentes o fator INFLUÊNCIA foi free fire. O que não dá é voltar no tempo .

Alguém pode dizer “E se não existesse free fire?” – Ele poderia ser fã de dark souls entrar na escola e sair retalhando as pessoas com armas brancas. “E se não existisse dark souls?” – ele poderia ser fã de GTA e… “E se não existisse X, Y, Z… Ele seria fã do Mario e mataria as pessoas pulando na cabeça dele ou jogando casco de tartaruga?” – DEPENDE! Depende do nível de psicopatia. Como disse o game DO MOMENTO (qual deu o fator influência de dinâmica), free fire, foi responsável pelo FATOR determinado/determinante.

Por fim, defender cegamente que o game não tem parcela de culpa é muita inocência. Dizer que a culpa é exclusivamente do GAME revela uma demência ainda maior.

Espero que tenham entendido minha vontade de esclarecimento. Talvez, eu tenha alguma autoridade no assunto. Ou como diz um determinado meme – “É verdade… quer dizer, as vezes não”.

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A filósofa brasileira Djamila Ribeiro é conhecida por institucionalizar o conceito de “Lugar de Fala” em seu livro cujo título é “O que é lugar de fala?”. Já a “Apropriação Cultural” é descrita como uma adoção de alguns elementos específicos de uma cultura por um grupo que participa de uma “cultural diferente”. Pode ser descrita, também, como aculturação ou assimilação, implicando numa visão negativa em relação a aculturação de uma “Cultura Minoritária” por uma “Cultura Dominante”.

Mas já parou para pensar o que acontece se juntarmos ambos os conceitos e injetá-los em todo o mundo caracterizando o teor de particularidade, detenção de autonomia, excelência inventiva e propriedade cultural tecnológica?

Segundo Djamila o lugar de fala confere uma ênfase ao lugar social ocupado pelos sujeitos numa matriz de dominação e opressão. Isso dentro das relações de poder, onde às condições sociais (locus social) são o que autorizam ou negam o acesso de determinados grupos a lugares de cidadania. Pontua-se como “o reconhecimento do caráter coletivo que rege as oportunidades e constrangimentos que atravessam os sujeitos pertencentes a determinado grupo social que sobrepõe o aspecto individualizado das experiências”. Durante a leitura claramente se percebe uma tentativa de não negação do aspecto individual, porem essa tentativa é apenas palavreada, sendo suas premissas de conclusão um claro assassinato do individuou e sua individualidade.

O que reforça ainda mais a inelegibilidade da teoria do lugar de fala são as perspectivas do a priori do Direito. Basta poucas leituras para se perceber que o “lugar de fala” é percebido conceitualmente como um resgate aos argumentos ad hominem (argumento contra a pessoa), tidos como falácias. Sua formula é simples:

1- O autor X afirma a proposição Y;
2- Há alguma característica considerada negativa em X;
3- Logo, a proposição Y é falsa.

Sendo assim temos quatro tipos de ad hominem denominados da mesma formula, são eles:

I – Argumento ad hominem abusivo:

É o ataque direto à pessoa, colocando seu caráter em dúvida e, portanto, a validade de sua argumentação. A preocupação é em sublinhar e chamar a atenção para as características pessoais do debatedor no lugar de se analisar seus argumentos.
Exemplo:
“As afirmações de Richard Nixon a respeito da política de relações externas em relação à China não são confiáveis pois ele foi forçado a abdicar durante o escândalo de Watergate”.
“Pessoas brancas não podem falar sobre racismo, pois elas são brancas e não tiveram tal experiência subjetiva”.
“Homens não podem falar sobre machismo, pois são homens e não tiveram tal experiência subjetiva”.
O mesmo vale para outros casos semelhantes em que se sublinham as características pessoais e as experiências subjetivas do debatedor no lugar de se tentar refutar seus argumentos e apresentar contraprovas às evidências que ele apresentou.

II – Argumento ad hominem circunstancial (ad hominem circustantiae):

Coloca em foco a parcialidade do adversário, sugerindo que o último tem algo a ganhar com a defesa daquele ponto de vista. Exemplo:
1- Fumar não causa nenhum tipo de mal.
2- É dono de uma grande empresa de cigarros, é claro que dirá isso.

III – Tu quoque (falácia do apelo à hipocrisia):

O adversário é acusado de praticar algo muito semelhante ao que ele critica. Tu quoque significa em latim “você também”. É um argumento muito comum e eficaz, pois tende a colocar o oponente na defensiva. Exemplo:
1- As pessoas devem aprender a viver com o que ganham.
2- Mas você está completamente endividado e não faz qualquer esforço para mudar isso.

IV – Falácia de associação (culpa por associação):

Neste caso, a crítica não é dirigida diretamente ao autor da proposição, mas a uma terceira pessoa, que tem uma imagem negativa, à qual a tese que o autor original está defendendo é associada. Um exemplo comum dessa falácia é a associação à figura de Hitler, apelidada de Reductio ad Hitlerum.

Em resumo, significa dizer que quando os movimentos sociais posicionam-se contrários aos discursos sobre a opressão não enunciados pelos próprios oprimidos, de certa maneira eles atacam diretamente a pessoa do discurso, colocando em dúvida o caráter do enunciador, a validade da argumentação, ou seja, retomando e legitimando a noção de argumento.

A coisa fica ainda mais séria quando mesclamos o conceito de lugar de fala com o de apropriação cultural. Antes de chegarmos no ponto que se deseja atentemos para um relato da colunista Stephanie Ribeiro sobre seu posicionamento a respeito da apropriação:

“Num contexto capitalista, a apropriação cultural transpassa o desrespeito às culturas alheias, invisibilizadas diante da imposição da cultura europeia e norte-americana, e se torna lucrativa. Um exemplo disso foi publicado no site Fashion Forward, quando a grife francesa Isabel Marant usou em sua coleção de verão 2015 um bordado feito pela comunidade mexicana Sant-Maria Tlahuitoltepec (província de Oaxaca). Esse bordado é feito há 600 anos, sendo esse um símbolo da identidade dessa comunidade. A marca se apropriou do bordado, produzindo-o em larga escala, e passou a vender a peça que identificava como “tribal” pelo equivalente a R$ 1.000,00. Vale ressaltar que a peça original, feita por mulheres da comunidade, custava aproximadamente R$ 65,00. Vale apontar ainda que o enorme lucro obtido pela maison nem chegará próximo à comunidade, algo que, se distribuído, poderia ter possibilitado mais independência ou cobrir as necessidades desse povo. É evidente que nem todos que compraram as tais peças sabiam disso. Porém, indiretamente, estão favorecendo a negligência e o roubo da cultura de um povo já invisibilizado, vítima de um processo terrível de colonização. Para esse povo, assim como em todas as comunidades originárias latino-americanas, a manutenção da sua identidade é mais do que estética: é uma forma de resistência e resiliência”.

Agora chegamos ao ponto da questão. Se amalgamarmos a conceito de “Favorecimento e Excelência Cultural” (estão favorecendo a negligência e o roubo da cultura de um povo já invisibilizado, vítima de um processo terrível de colonização) e preenchermos com o fundamento do “Reconhecimento do Caráter Pertencentes a um Determinado Grupo Social” (o reconhecimento do caráter coletivo que rege as oportunidades e constrangimentos que atravessam os sujeitos pertencentes a determinado grupo social que sobrepõe o aspecto individualizado das experiências). Iremos descobrir uma série de coisas que não poderiam ser consumidas, propagadas, utilizadas e, ouso dizer, tocadas por Outro determinado grupo social e, em critérios ainda mais absurdos, não deveria de nenhuma maneira ser manuseado por pessoas cujo a epiderme apresenta pigmentação mais escura, segue:

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

V

W

X

Y

Z

Espero ter ajudado a demonstrar como esses conceitos (“Lugar de Fala” e “Apropriação Cultural”) são, além de ridículos, uma auto-flagelação ideológica. Quando encontrar alguém que acredita piamente nestes conceitos recomendo perguntar se “tem certeza mesmo que acredita nisso?”. Caso a resposta seja afirmativa o instrua a olhar ao redor cando chegar em casa e se desfazer de tudo que ele conseguir caracterizar como “invenção e criação da sociedade branca”. Em seguida, convide-o a se retirar e dê a infeliz noticia de que agora terá de se desfazer de sua casa, pois o conceito de alvenaria foi desenvolvido pelo povo árabe. Caso ele questione indignado onde irá morar, você pode aconselhá-lo a construir um fractal e comprar um banco para se sentar – É o melhor que poderia fazer por ele.